Após a publicação da Medida Provisória nº 984/2020, que alterou as negociações do direito de transmissão, onde determina que a equipe mandante tem a prerrogativa exclusiva de negociar os direitos de transmissão das suas partidas, a repercussão foi forte entre os dirigentes esportivos.
O Presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, comemorou a MP, que resultaria em mais autonomia na comercialização desses jogos:
– A medida é muito positiva. Vai estimular união direta entre os clubes, inclusive para compartilhar plataformas próprias de transmissão, destacou o dirigente em seu twitter.
O clube baiano lançará nesse mês o o inédito sócio-digital, com mensalidade no valor de R$ 10, e terá direito a acompanhar treinos ao vivo pela internet e também vídeos, bastidores de jogos e viagens, embarques ao vivo, entrevistas, canal para vídeos das Embaixadas e jogos das categorias de base. A promessa é de que o clube irá oferecer mais de 100 horas de vídeos por mês, mais da metade ao vivo.
O presidente do Bahia disse que ganha-se independência com a Medida Provisória assinada e publicada hoje:
– Hoje o Bahia não poderia ter nenhum jogo transmitido se não desse “amém” para empresas de TV. A partir dessa mudança, ganha-se independência. Em muitos países de alto nível do futebol é assim que funciona. Os acordos passam a ser feitos clube a clube, disse Guilherme Bellintani.
O dirigente destacou que com o direito de transmissão pertencente ao mandante, torna o arranjo mais fácil:
– Nunca houve acordo emolo entre os clubes. O que houve até aqui foram acordos com emissoras de TV envolvendo os clubes. Com o direito do mandante definido, o “arranjo” fica mais fácil. Cada clube é dono de seus jogos, podem criar consórcios, trocas de ativos, contratos em grupo.
E, conclui, que o sistema atual não estimula a competitividade:
– O sistema atual não estimula a competitividade. Novos contratos, pós 2018, prolongaram a desigualdade. O produto mais autônomo vai facilitar a formação de blocos e negociações coletivas. Os 10 clubes que menos ganham podem ser donos de 50% dos jogos se estiverem unidos.
(Foto:Thiago Ribeiro/AGIF)