O ano de 1981 ficou marcado na história pelo título da Libertadores e do Mundial do Flamengo.
Esse ano também guarda uma participação especial do Rubro-Negro no Torneio Quadrangular de Nápoles, jogado nos dias 12 a 14 de junho de 1981, quando, em 48 horas, o Flamengo goleou o Avellino por 5 x 1 e o Napoli por 5 x 0, conquistando o troféu Sport Sud.
Nápoli era o terceiro colocado no Campeonato Italiano (terminou a temporada em quarto lugar atrás de Juventus, Fiorentina e Roma).
Segundo relato do jornal O Globo daquele dia, a atuação do Flamengo foi uma aula de futebol, e a conquista daquele título serviu para confirmar a superioridade do futebol brasileiro sobre o europeu.
O atacante Nunes foi o responsável por renunciar suas funções ofensivas para marcar de forma individual o craque adversário, o holandês Ruud Kroll, conforme prometera na véspera do jogo. Em sua biografia, diz em tom de gracejo:
“Na preleção, estava todo mundo preocupado com esse Kroll. Deixa esse cabra comigo, falei, ele não vai jogar. Nem eu, nem ele”.
O jogo
O Flamengo abriu o placar aos 12 minutos com gol de Nunes. Aos 30, Zico ampliou de pênalti. Aos 41 minutos, o Galinho fazia inapeláveis 3 x 0. Segundo o Jornal dos Sports, a rede de televisão italiana interrompeu subitamente a programação para anunciar o que um inflamado locutor classificou de “45 minutos de espetáculo do melhor futebol do mundo”, e passou a transmitir o segundo tempo da decisão na grade da programação local, a fim de que a Itália exaltasse o futebol jogado pela equipe Rubro-Negra.
Na segunda etapa, o Flamengo fez o quarto com Zico aos 29 minutos e Adílio encerrou a goleada aos 43 da etapa final.
Segue o relato de O Globo:
No final, os jogadores do Napoli deixaram o campo cansados e atônitos. Os do Flamengo, como se não tivessem jogado, e aplaudidos.
Zico aclamado
No intervalo, Zico foi o centro das atenções. Sua imagem foi exibida pela televisão para toda a Itália em longa entrevista, o que atrasou inclusive o começo do segundo tempo.
Após marcar seu terceiro gol, Zico deixou o gramado aos 30 minutos da segunda etapa com o placar apontando 4 x 0.
Há quem diga que foi justamente por esse torneio em Napoli que fez abrir as portas da Itália para o camisa 10, e não o Mundial de 1982. Em 1983, o galinho deixava o Flamengo para defender o Udinese.
Ao fim da partida, o árbitro Reginni de Pizza dirigiu-se ao vestiário rubro-negro com a bola do jogo para ser autografada pela equipe brasileira, relata o Jornal dos Sports.
A imprensa italiana entrou em desespero: “Será que o futebol brasileiro é tão superior assim ao nosso? Não se esqueçam que o Napoli é o nosso terceiro melhor time. A maior burrice foi ter insistido na marcação individual contra times como o Flamengo, que tem pelo menos cinco jogadores habilidosíssimos”.
Segue reportagem da época:
Com informações do jornal O Globo, Jornal dos Sports e @Flahistoria