Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
O Flamengo completou nessa segunda-feira (8) três semanas sem qualquer jogador, funcionário ou membro da Comissão Técnica contaminado pela Covid-19.
O clube voltou aos treinos oficialmente no dia 18 de maio, quando errou em acelerar sua volta aos treinos sem o aval da prefeitura do Rio de Janeiro, contrariando o protocolo do “Jogo Seguro” que fora assinado pelo próprio clube, de que só retornaria às atividades com o aval dos poderes públicos.
Contudo, é inegável que o Flamengo conseguiu transformar o Ninho do Urubu em um dos lugares mais seguros do Brasil. Foram criados métodos e protocolos de segurança, que serviram de referência para as principais entidades do futebol e até no vôlei.
Na última sexta-feira, foi realizada uma conferência pela FIFA Medical Center Of Excellence, braço da entidade que discute a medicina do esporte, onde se debateu o retorno do futebol no mundo, e o representante do Brasil foi o chefe do Departamento Médico do Flamengo, Márcio Tanure.
Na semana passada, o preparador físico Mário Monteiro representou o Flamengo em videoconferência organizada pela Conmebol para discutir maneiras de aplicar treinos físicos diante da nova realidade do esporte e rígidos protocolos médicos.
Até a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) procurou o clube para usar o mesmo protocolo que o Rubro-Negro está utilizando no Ninho do Urubu. Responsável pela criação do protocolo interno e também do “Jogo Seguro”, da Ferj, Dr. Márcio Tannure, chefe do Departamento Médico da Gávea, participou de uma videoconferência com o CEO da CBV, Radamés Lattari, e com médicos das seleções masculinas e femininas, adultas e da base.
Nessas três semanas de retorno Rubro-Negro foram realizados dois testes por semana. Na segunda-feira, os jogadores realizam os testes de sorologia, cujo resultado sai em até 15 minutos. No final da semana, são realizados os exames de RT-PCR, que demora 72h para ter a resposta. Um questionário, com cerca de quinze perguntas, também é feito. Dependendo da resposta, o acesso não é permitido e o atleta retorna para casa.
Não há qualquer justificativa para não haver retorno dos treinos. Os clubes não devem escapar da responsabilidade de implementar controles e protocolos rígidos de segurança para proteger seus atletas, funcionários e membros da comissão técnica da Covid-19.
O Flamengo provou na prática que é possível, mesmo contra todos os prognósticos. Pior do que ser um negacionista da doença, é ser negacionista da ciência.