Há 51 anos, com um público de inacreditáveis 149 mil pagantes, o Flamengo venceu o Botafogo por 2 x 1 com gols de Arílson e Doval.
O clássico era uma das maiores rivalidades na era pós-Garrincha, onde o time Rubro-Negro não vencia o rival há quatro anos. Nas arquibancadas do lado botafoguense, novamente se escutavam gritos de “urubu” direcionados aos torcedores do clube da Gávea, por ser majoritariamente formada por pretos e pobres.
Nesse jogo, quatro torcedores do Flamengo levaram um urubu, amarraram uma bandeira do Flamengo e soltaram a ave, que pousou em campo antes do jogo.
Confira trechos de artigo publicado pelo jornalista William Helal Filho:
“Até o dia 1° de junho de 1969, chamar um flamenguista de urubu era uma provocação com contornos de ofensa. Para boa parte dos rubro-negros, o apelido era um insulto racista sobre torcida. Tudo começou a mudar quando quatro jovens amigos, moradores do Leme, na Zona Sul do Rio, decidiram calar os críticos soltando um urubu no gramado do Maracanã, durante um clássico contra o Botafogo. A ave de rapina virou a sensação do confronto e trouxe sorte ao rubro-negro, que venceu por 2 a 1, quebrando um tabu de quatro anos sem vitórias sobre o rival”.
Confira trecho do jornal à época:
Até aquele momento, o mascote do Flamengo era o marinheiro Popeye, uma herança do remo, esporte que deu origem ao clube. Já no dia seguinte ao jogo, o GLOBO trazia a notícia: “Urubu pousa na sorte do Botafogo”. O marinheiro Popeye logo foi trocado pelo animal pelo cartunista Henfil, que humanizou o personagem nas páginas do “Jornal dos Sports”.
Lindo, inesquecível!
Estava neste jogo junto com meu amigo de infância Luiz Nicoletti e assistimos a partida atrás do Tarzan, chefe da torcida contrária, para quebrar o tabu de vários anos sem vitória e conseguimos. Logicamente, não vestiamos o manto sagrado vermelho e preto!
Quando o árbitro finalmente encerrou o jogo corremos para comemorar junto a mais linda torcida do mundo, a do nosso querido Mengão!
Foi uma tarde noite maravilhosa!!!
Há poucos dias de completar 11 anos, recebi, como presente, a ida ao jogo. Até o titulo de 79, do Deus da Raça, foi a minha maior alegria! Aquele urubu, capengando por causa da bandeira, foi tudo. O Maraca explodiu!
Há poucos dias de completar 11 anos, recebi, como presente, a ida ao jogo. Até o titulo de 79, do Deus da Raça, foi a minha maior alegria! Aquele urubu, capengando por causa da bandeira, foi tudo. O Maraca explodiu!