Crônica do jornalista Adrián Maladesky no jornal Clarín, que afirmou que o treinador português foi fundamental na transformação da equipe do Flamengo.
Confira na íntegra:
“Na memória e nas imagens estará o furioso pacto desses últimos três minutos e as intermináveis celebrações de uma final histórica em que o Flamengo quebrou o azar de 38 anos.
A grande definição de Gabriel Barbosa permanecerá, sua louca celebração. E muito mais atrás, a poucos passos do esquecimento, todo o sofrimento que River impôs ao novo campeão.
O Flamengo não disputou uma grande final, mas é um grande campeão. No futebol, é dito sem vergonha que as finais são vencidas. E nada mais é discutido … quando eles vencem. Tornou-se lei. E assim como River comemorou alguns com a ajuda da fortuna, em Lima essa piscadela riu na cara dele.
Mas a equipe de Jorge Jesus jogou uma Copa Libertadores melhor que a de River. Seu passe pelas semifinais, como mostrado, teve um forte 5 a 0 sobre o Grêmio, tremendo em comparação com a pálida imagem de Gallardo no Bombonera no 0-1 contra o Boca, na qual perdeu o invicto.
Então, cara a cara, Enzo Pérez e seu povo complicaram demais o Monumental de Lima, mas o Flamengo conseguiu vencer das mãos da angústia.
Há muitos méritos neste técnico português de 65 anos que chegou em junho com a equipe mais popular do mundo já qualificada para a rodada de 16. Além dos números que mostram 26 jogos invictos e um total de 33 jogos com 24 vitórias, 7 empates e 2 derrotas; 72 gols a favor e 27 contra. Sua eficácia é de 79,79%.
A isso devemos acrescentar o título do Brasileirao, com vários recordes quebrados na mochila.
Jorge Jesús, como Gallardo, também está sendo indicado ao Barcelona, mas tem contrato até junho de 2020. Ele acabou de ganhar seu título mais importante, depois de perder duas finais da Liga Europa com o Benfica. Na Copa do Mundo de Clubes de dezembro, o Flamengo poderá jogar a final contra o Liverpool, o mesmo adversário que ele derrotou em 1981 em Tóquio para vencer a Copa Intercontinental por Zico.
Jorge Jesús conseguiu imprimir para sua equipe um jogo coletivo, principalmente na defesa, com uma quadra européia sem perder a essência do jogo brasileiro. Ele foi ajudado por Rafinha (líder em privacidade, segundo os jornalistas) e Filipe Luis, principalmente. Ele também alcançou a explosão de Gabigol, um garoto de 23 anos e um passo mais do que irrelevante para o grande futebol do velho continente. A contribuição de Bruno Henrique, o melhor jogador desta Copa, foi essencial para capacitar o atacante que terminou como artilheiro com nove comemorações, duas delas na final contra o River.
O Flamengo joga com dois laterais que atacam, dois volantes que sabem jogar com o pé (Willian Arão e Gerson), uma segunda linha de jogo (Everton Ribeiro, o uruguaio Giorgian de Arrascaeta e Bruno Henrique) e um atacante, o atacante Gabriel Barbosa .
É 4-2-3-1 para atacar e 4-4-2 para recuar. Clássico e moderno. Um grande campeão que, com o poder econômico que possui e a tranquilidade de ter quebrado a maldição da Copa, pode fazer muito mais barulho no futuro”.