É duro entrar em campo sem cinco titulares. Mesmo tendo a volta de Rodrigo Caio e Gabigol, ambos estavam sem ritmo e, principalmente, cansados da longa viagem de Singapura para Fortaleza.
Filipe Luís e Rafinha são os principais construtores do sistema de jogo promovido por Jorge Jesus. São eles quem, estatisticamente, tocam mais vezes na bola. E ainda não ter de uma vez só Arrascaeta, Bruno Henrique e Éverton Ribeiro é loucura pra qualquer treinador.
Fica evidente que, mesmo tendo posse de bola de gigantescos 70%, faltava qualidade para quebrar a linha defensiva forte do Fortaleza. Mesmo implantando o mesmo sistema de linhas avançadas, pressão na saída de bola, paciência na troca de passes, faltava entrosamento dos atletas.
Enquanto o jogo ainda estava no campo da técnica, Vitinho era a principal arma pra tentar desmontar a defesa adversária. O Flamengo pouco criava, era lento nas ações, parecia extenuado após a viagem de Curitiba pra Fortaleza. A melhor chance foi com Reinier, nos minutos finais do primeiro tempo.
No intervalo, Gérson, que jogou todas as partidas com Jorge Jesus, não aguentou a maratona e precisou ser substituído. Era o Rubro-Negro em campo sem seis titulares.
O Flamengo tinha posse de bola, mas faltava criatividade. Girava a bola de um lado pro outro, mas não encontrava brecha pra furar a forte retranca do Fortaleza. Até que o adversário conseguiu um pênalti em um cruzamento despretensioso marcado pelo VAR.
Tudo indicava que a derrota seria inevitável. Desfalques, cansaço, time esfacelado em uma noite onde nada dava certo. Se não foi na técnica, foi na raça. O gol de empate também saiu em lance de pênalti marcado pelo VAR. E a virada veio repetindo a mesma jogada do gol contra o Ceará, na vitória por 3 x 0. Não é um simples arremesso de lateral dentro da área, mas uma jogada ensaiada e que deu certo novamente.
O gol da virada premiou a rebeldia do Flamengo em não ter liberado Reinier pra seleção sub-17. Da mesma forma que premiou o esforço da diretoria em realizar voos fretados para o translado do elenco e enviar preparadores físicos para já iniciar a recuperação de Gabigol e Rodrigo Caio voltando da seleção brasileira.
Nada é por acaso!
O time de Jorge Jesus chega a 61 pontos, com 78%, rendimento impressionante. São sete vitórias seguidas fora de casa, o que significa recorde histórico em brasileiro de pontos corridos. São 37 pontos conquistados nos últimos 39 pontos disputados.
Faltam apenas 12 rodadas para o Brasileiro acabar, a diferença segue na casa de oito pontos para o Palmeiras.
Ao final da virada épica, essa foi a cena dos atletas Rubro-Negros: