Confira trecho da coluna do PVC, nessa segunda, na Folha de SP:
“O Flamengo chegou aos 52 pontos em 23 rodadas, índice inédito em 17 anos de Brasileiro em turno e returno. O líder não tem o recorde do ataque, que pertence ao Cruzeiro de 2007, com 54 gols. Pergunta-se se o Corinthians pode ser campeão brasileiro, porque só perdeu 1 de 14 jogos depois da Copa América. Não pode. Dois anos atrás, podia.
O Corinthians de Fábio Carille tinha 50 pontos nesta altura do Brasileiro. Carregava 20 gols de saldo positivo e tinha vencido 14 partidas. Mas sua força era a defesa. Foi campeão com 9 empates e 72 pontos. Ano passado, o Flamengo foi vice com a mesma pontuação.
Nestes 17 anos de pontos corridos, houve períodos de domínio do ataque e outros da defesa. Atacar fez o Cruzeiro de Luxemburgo dar a impressão de que a receita era essa. Neste momento, é o que acontece com o Flamengo de Jorge Jesus.
Esquema de jogo
O Flamengo virar referência não é uma questão de estatística. É de tática e estratégia. Pela Libertadores, o Grêmio sofreu com seu sistema de marcação por encaixe. Aprendemos no Brasil que Zezé Moreira inventou a marcação por zona. Só que os relatos do passado indicam que seu sistema era de encaixar marcadores e perseguir até o fim da jogada.
Os times mais modernos jogam por zona pura. Seja o Manchester City, de Guardiola, seja o Palmeiras, de Mano Menezes. Persegue-se dentro do quadrante. Isso diminui a chance de perseguições individuais abrirem buracos na defesa, como Kannemann fez ao tentar desarmar Éverton Ribeiro e Willian Arão.
Ainda há técnicos importantes que marcam assim, como Sampaoli e Bielsa. Não significa estar ultrapassado”